QUEM SOMOS
No Portugal de hoje convivem de forma mais ou menos pacífica um conjunto de nacionalidades, povos nativos e regiões histórico-culturais oprimidas e não reconhecidas pelo Estado português, todas estas nações proveem de longos processos formativos, umas mais recentes como os Açorianos, Alentejanos e Barranquenhos por exemplo, outras mais antigas como os Mirandeses, e algumas milhares de anos muito mais antigas do que o próprio país ou nacionalidade portuguesa como é o caso dos Lusitanos, Calaicos e Cónios por exemplo, mas onde cada uma delas logrou definir sua própria personalidade, cultura, tradições e identidade nacional, seu próprio carácter regional e características sociais, assim como o seu próprio estilo de desenvolvimento, embora este último mais dependente da política e do abandono do poder central.
Em geral, todos conhecem Portugal como um país fundamentalmente periférico, encerrado num extremo sul da Europa, numa península a oeste de Espanha, e apesar do seu tamanho pequeno em relação às grandes potências continentais, o país tem uma grande diversidade geográfica e cultural, é uma espécie de "paraíso tropical" europeu, de pessoas hospitaleiras, tolerantes e de bons costumes, e constituído maioritariamente por etnias nativas como os Lusitanos e Calaicos (entre outros que constituem mais de 90% do total da população do país) por um lado e no outro por uma etnia mestiça de origem estrangeira dominante por deter o poder político e económico-social mas também minoritária (são cerca de 5% da população total do país), estes últimos são os neo-latinos portugueses. O país apesar dos seus inúmeros recursos naturais, minerais e oceânicos, do ponto de vista social, económico e estrutural é pobre, está atrasado e vive no medo, nele prevalece a cultura do conflicto e da hipocrisia social, da falta de pluralismo democrático e da liberdade de expressão, do ultra-centralismo anti-regionalista, da impunidade duma classe política corrupta e duma elite oligarca cobarde e conservadora que atrofiam o país, e cujo centro burocrático (Lisboa) pratica um execrável centralismo colonial de Estado que explora os seus povos nativos e as suas regiões histórico-culturais como “colónias internas”, se apropria da riqueza dessas nossas regiões, dos nossos excedentes económicos e nos impõe a cultura do subdesenvolvimento, da desertificação humana das terras do interior, das desigualdades e injustiças sociais, e da opressão de uma minoria que detém o poder sobre a maioria da população nativa, esta política é a sua cultura, e o medo a sua arma. Mas para quem vem de fora, e fica-se por Lisboa, pelo Porto, por mais alguns enclaves como Coimbra, Cascais, parte do Algarve e das ilhas, julga que o país são só estes menos de 10% do território. Mas não...
Porque também existe um outro “País” não oficial e que representa mais de metade da população e das terras, e que assenta sobre um território atravessado por inumeráveis rios predominantemente constituído por montanhas e vales no interior, e por planícies, bosques e florestas no litoral ubicadas no coração de uma nação muito mais antiga do que o próprio país, a Lusitânia. E cujo povo, os Lusitanos, teimam em manter a sua própria cultura e tradições, teimam em resistir socialmente contra a política do poder central e colonial português, teimam contra o abandono das suas terras ancestrais herdadas intactas dos seus antepassados directos. Este é o nosso povo, cuja cultura nativa provem de várias proveniências étnicas que no passado coexistiram em liberdade, até serem escravizados e usurpados da sua identidade nacional pelos antepassados dos portugueses, povo mestiço que provem do cruzamento de romanos, godos, árabe-judeus e outras gentes vindas de impérios decadentes para roubarem as nossas Terras Lusas. O índice de desenvolvimento humano (IDH) do nosso povo nativo é o mais baixo de Portugal e da Europa. Seu analfabetismo excede os 10%, e do ponto de vista produtivo, apesar das suas riquezas agrícolas e florestais, é quase um deserto se compararmos com outros países membros da União Europeia. As nossas cidades mais importantes, como Viseu, Guarda e Castelo Branco, depois de quase desnacionalizadas pela cultura portuguesa vivem estagnadas, e ao contrário de outras cidades de nações regionais europeias, não conseguem ultrapassar os cem mil habitantes devido ao abandono, ao isolamento, às políticas económicas do Governo central, e ao colonialismo interno português que impedem a criação de pólos regionais para a fixação das populações e por conseguinte também a autonomia regional, a nível cultural as nossas regiões e cidades do interior vivem a anos-luz das suas congéneres europeias, tais são a quantidade de eventos culturais internacionais por ano que estas têm se compararmos com a quase total inexistência desses acontecimentos por cá. O que demonstra bem sua ampla e indiscutível "inserção" no mundo globalizado. É esta Lusitânia oprimida, esquecida, ignorada, abandonada, asfixiada e saqueada pelo poder central (Lisboa) e pela elite portuguesa (Porto) que constitui “a outra versão” de Portugal e que o nosso movimento, a Unidade Montanhesa Lusitana, aspira a lograr a autonomia radical de esta nação milinária hoje oprimida.
A Unidade Montanhesa Lusitana assenta sobre a base de 4 princípios gerais, detalhados a seguir:
1.- A Unidade Montanhesa Lusitana (OML) é uma organização da sociedade civil, que busca entre os seus objectivos fundamentais, ratificar o princípio à Autonomia Regional e à Livre Auto-determinação dos Povos, com a finalidade de dotar a Nação Lusitana do poder de decisão para exercer a soberania plena sobre a sua economia, seu território e a sua cultura.
2.- A U.M.L. (OML) não busca o poder, já que a sua forma de organização aberta e espontânea, alberga no seu seio muitas correntes de pensamento político e ideológico vigentes no mundo democrático. Por isso mesmo, transcende os marcos eleitorais e a lógica eleitoralista dos partidos políticos tradicionais. É por sua vez, uma organização democrática, progressista, agrária e pluralista. Não reconhecemos líderes nem caudilhos locais, portanto, nos projectamos como a expressão livre de uma sociedade mais plural, ou pelo menos pretendemos ser uma parte importante dela. Sustentamos que todas as minorias nacionais diferenciadas, como a nossa, a Lusitana, sejam reconhecidas constitucionalmente como tais pelo Estado português. Mas se assim não fôr reconhecida pelo poder central burocrático, então que acedam à sua independência nacional por via pacífica e em Referendo, sobre la base do Direito de Autodeterminação reconhecido pela ONU.
3- A U.M.L. não está contra nada nem ninguém, contra qualquer país, povo ou pessoa, recusamos toda a forma de racismo, xenófobia ou exclusão social, mas somos a favor de nós mesmos, do nosso povo nativo, a liberdade do povo Lusitano está acima de tudo. Mas assim como também não estamos de acordo com o colonialismo interno deste país miserável que nos querem impôr, promovemos o esforço colectivo da nossa Nação, juntamente com outras organizações irmãs Lusitanas, para superar o subdesenvolvimento que nos impõem os novos impérios, por isso mesmo, recusamos todas as formas de colonialismos internos ou externos que conspirem contra a nossa vontade soberana de sermos livres. 4.- Aspiramos a criar o nosso próprio Estado regional ou independente sobre a base da nossa cultura, da nossa história e da nossa identidade. Nós, a Nação Lusitana, e a Unidade Montanhesa Lusitana, como um seu instrumento de luta, vamos ser o que todos NÓS QUEREMOS SER, e não o que os OUTROS QUEREM QUE SEJAMOS. VIVA A LUSITÂNIA AUTÓNOMA E LIVRE! |
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